A pressa não somente é inimiga da perfeição como também nos furta o melhor da vida que está nos detalhes.
Olhe com pressa para uma joaninha pousada numa flor! Agora olhe com calma…
Olhe com pressa para a valsa dos coqueiros na tarde chuvosa! Agora olhe com calma…
Pois bem, a pressa nos rouba.
Olhe todos os dias com pressa para a pessoa amada, deixando de perceber um possível motivo de seu sorriso, ou na pior das hipóteses, a razão de uma lágrima. Logo, essa pessoa estará tão distante que nem será possível medir o tamanho do abismo que se formou. Pois bem, a pressa nos destrói.
Olhe com pressa para todo e qualquer irmão que esteja à sua volta, sem perceber a imagem de Deus que resplandece nele, sem perceber a ligação de corpo que há entre você e ele, a ponto de criar feridas no corpo de Cristo, a ponto de estabelecer uma noiva feia, sem adornos, sem brilho… Pois bem, a pressa mata!
A pressa é uma arma usada pelo inimigo de nossas almas para aprisionar-nos em uma vida pobre, destinada à destruição e morte.
O tempo de Deus é perfeito, pois está dentro de sua vontade, e sua vontade é perfeita, boa e agradável!
Quantas coisas boas, perfeitas e agradáveis acontecem tão rapidamente a ponto de não termos tempo de aproveitá-las?
Quando falo da vontade de Deus, sou levado ao jardim.
O jardim da criação, o jardim da comunhão, o jardim que nasceu no coração de Deus e foi plantado por Ele aqui na Terra.
A Bíblia nos diz que Deus descia para passear com Adão pelo jardim, e passeava…
Lenta e calmamente. A única maneira de se passear por um jardim.
Um jardim requer um passeio cauteloso, contemplativo, sem pressa…
O objetivo da caminhada por um jardim é a própria caminhada, e não o destino.
Quem caminha por um jardim, não caminha para chegar. Caminha para caminhar!
Porém, o homem dotado de “esperteza” (diabólica) achou por bem asfaltar o jardim de Deus.
O mundo se tornou “fast”, o homem preferiu o “flash”. Nossa geração trocou o efeito luminoso da luz pela velocidade da luz… Deixamos o leve caminhar pelo intenso correr.
Um terreno asfaltado, sem acidentes (e sem elementos de distração) não permite passeios lentos, pelo contrário, exige caminhada veloz.
E à beira dessa estrada, por vezes, encontramos Deus, sentado, segurando algumas flores nas mãos. Flores que foram arrancadas do acostamento, porque impediam o avanço oportuno. E ao cruzarmos com Ele, acenamos rapidamente e, sem parar, seguimos com a sensação de que temos um relacionamento com Aquele homem à beira da estrada.
O homem á beira da estrada, o jardineiro da criação, o poeta da vida, sente saudades de nós e sente saudade de seu jardim. E apesar de não utilizar o sistema rápido de uma linha de produção sobre rodas, usa um sistema movido pelo poder do Espírito chamado “De repente”.
E mediante a graça, os “de repentes” de Deus possibilitam a volta desse jardim, se quisermos.
Se abandonarmos por um instante essa busca insana e vazia, se deixarmos de cometer o grave erro previamente advertido, de não correr atrás do vento, o homem à beira da estrada no levará pela mão de volta ao jardim. Para caminharmos, passearmos e conhecê-lo intimamente.
A eternidade está disponível e ficará… Por toda eternidade!