por Thiago Freitas

Colossenses 2, 14, 15 e 16 trata sobre a dívida do pecado que nós tínhamos, contudo, essa dívida foi perdoada quando Jesus pagou pelos nossos pecados. Fomos redimidos da nossa condição no que diz respeito à nossa condição moral com Deus. Paulo diz que temos paz com Deus, então, a dívida do pecado foi destituída. Contudo, quando ela foi destituída nós ficamos com um outro débito e é sobre este que desejo lhe falar. Leia:

“Sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. Por isso estou disposto a pregar o evangelho também a vocês que estão em Roma. Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego” (Romanos 1.14-16).

O sangue precioso de Jesus pagou o preço pelos nossos pecados e, quando essa dívida foi paga, uma outra surgiu. Nós somos devedores. A Palavra grega que Paulo usa quando escreve aos Romanos e diz “pois sou devedor” essa palavra no grego significa: Alguém que deve outro, alguém atado a uma obrigação, obrigado por um dever. Essa palavra transmite a ideia de qualquer encargo ou responsabilidade de uma dívida natural que precisa ser quitada. Quando Paulo diz “eu sou devedor, eu estou pronto a anunciar o Evangelho, eu não me envergonho do Evangelho”, ele quer dizer: “Eu tenho um dever para com o outro. Eu estou atado por uma obrigação, estou obrigado por um dever, eu devo o Evangelho àqueles que ainda não ouviram o Evangelho. É por isso que estou pronto para anunciar o Evangelho e não me envergonho dele – porque eu tenho uma dívida”.

Nós precisamos nos recordar que Jesus nos deu uma comissão, não uma sugestão. Jesus não disse: “Se você estiver ‘de boa’, com tempo livre, tranquilo, sem nada para fazer, vai lá e pregue”. Ele disse: “Vá e pregue!” Ele nos deu uma ordem, uma comissão, nós temos uma dívida para com esse mundo. Paulo era consciente desse débito: “Contudo, quando prego o evangelho, não posso me orgulhar, pois me é imposta a necessidade de pregar. Ai de mim se não pregar o evangelho! Porque, se prego de livre vontade, tenho recompensa; contudo, como prego por obrigação, estou simplesmente cumprindo uma incumbência a mim confiada…” (I Coríntios 9.16, 17).

Nós temos uma responsabilidade e não seremos omissos a esta dívida e encargo que precisamos pagar. A dívida que temos para com esse mundo que está sem Cristo, para com esse mundo que não conhece a Palavra, que não conhece o Evangelho, iremos pagar. Veja também o verso 18: “Qual é, pois, a minha recompensa? Apenas esta: que, pregando o evangelho, eu o apresente gratuitamente, não usando, assim, dos meus direitos ao pregá-lo”. O contexto desta carta é que os coríntios não estavam se associando a Paulo no que diz respeito à sua manutenção financeira, então Paulo diz ainda:

“Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, ( embora eu mesmo não esteja debaixo da lei ), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei ( embora não esteja livre da lei de Deus, mas sim sob a lei de Cristo ), a fim de ganhar os que não têm a lei. Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele” (I Coríntios 9.19-23).

Paulo entendia que era devedor, ele alerta que precisa haver em nós a disposição de pregar o Evangelho e não podemos nos envergonhar dele. Porém, para que essa dívida seja paga de maneira satisfatória precisa existir a combinação de três características na vida do crente: Pregação, caráter e poder. No Evangelho de Atos podemos ver homens e mulheres que não se calaram em face da perseguição. No capítulo 3, um paralítico na porta do templo é curado, o sinédrio judaico ressentido pelos apóstolos anunciarem em Jesus a ressurreição dos mortos prenderam os apóstolos e mandaram eles fecharem a boca. Eles disseram: “Não queremos saber de vocês pregando Jesus e a ressurreição”, mas Pedro respondeu: “Nós não podemos! Não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e experimentado. Nada vai nos calar, a perseguição de autoridades não vai impedir o avanço da Palavra de Deus”.

PREGAÇÃO

Pode ser que a nação para a qual Deus vai te levar você vai encontrar um cenário de perseguição, de portas fechadas ao Evangelho, mas tenha coragem, não se cale em face da perseguição! Estevão foi apedrejado em Atos capítulo 7, uma grande perseguição se levanta contra a igreja, eles são dispersos e a Bíblia diz que Filipe desce à Samaria e anuncia a Cristo. A perseguição não parou os homens e as mulheres de Deus. Não os amordaçou. Então, não se cale diante da perseguição. Existem cenários na Palavra de Deus nos quais homens e mulheres de Deus não se calaram diante de intelectuais, filósofos e sábios daquele século. Muita gente tem se acovardado diante dos ditos “Sábios deste século”. Não se cale diante nem mesmo de professores da sua universidade. Seja ousado, intrépido.

O apóstolo Paulo passa também dois anos preso em Cesaréia Marítima, Festo sucede Félix no governo de Cesareia e, com o desejo de manter o apoio dos judeus, ele retém Paulo encarcerado. A Bíblia diz que Paulo na prisão prega para Festo, para Félix e que o próprio rei Agripa quando desce até Cesareia ouve falar de Paulo e deseja ouvir a este prisioneiro. Paulo conta a esse rei tudo o que lhe aconteceu, desde a aparição de Jesus na estrada de Damasco ao que o Senhor lhe chamou para fazer. Festo interrompe Paulo e diz: “Paulo, as muitas letras lhe fazem delirar”, mas Paulo diz: “Não estou enlouquecendo, estou falando a verdade”. Então, o próprio rei Agripa diz a Paulo: “Paulo, por pouco não me persuades a me fazer cristão”. Seja um jovem que vai para as nações e não se cala  diante de autoridades. Um cristão que não é covarde e que não se dobra às ideologias do mundo.

Se queremos pagar satisfatoriamente a dívida que temos para esse mundo, precisamos pregar. Abra a sua boca e pregue. Se você não sabe pregar, estude no Centro de Treinamento Bíblico Rhema. Se não sabe quais passos seguir, faça a Escola de Missões Rhema! Não faltam escolas, instrumentos e ferramentas para lhe preparar e qualificar adequadamente. Não seja omisso. 

CARÁTER

Precisamos também ter uma vida com comportamentos que sustentam a pregação que sai dos nossos lábios. A nossa vida prega, a forma como vivemos testemunha. Nosso Instagram prega, nosso Twitter prega. O apóstolo Paulo diz aos Coríntios no capítulo três de sua segunda carta a eles, versículos 2 e 3:  “Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos” (II Coríntios 3.2,3).

Somos uma carta conhecida e lida pelos homens. Uma carta escrita pelo próprio Espírito de Deus. Jesus era um mestre que fazia e depois explicava o porquê fez. A vida dele falava primeiro do que as suas palavras; os discípulos eram impactados pelo que Ele fez e, então, depois, Ele explicava o porquê fez. O nosso comportamento não pode estar na contramão da verdade da Palavra. 

Gostaria que você lesse algumas frases para inspirar e exortar:

“O que você é grita tão alto nos meus ouvidos que eu não posso ouvir o que você diz.” (Ralph Waldo)

“Imagem é o que as pessoas pensam que somos, integridade é o que realmente nós somos.” (John Maxwell)

“Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção.” (Billy Graham)

“Importa muitíssimo se eu alieno alguém da verdade.” (C. S. Lewis)

“É inútil para qualquer um de vocês tentar ser um ganhador de almas se não produzem frutos em suas próprias vidas. Como podem servir ao Senhor com seus lábios se não servem com as suas vidas? Como podem pregar o Evangelho com seus lábios quando com as suas mãos, pés e corações estão pregando o Evangelho do diabo e elevando o anti-cristo pelas suas práticas ímpias.” (Charles Spurgeon)

“De 100 pessoas, uma lerá a Bíblia, 99 lerão o cristão.” (D. L. Muse)

PODER

O terceiro aspecto que precisamos para pagar a dívida que temos é o poder. O Evangelho é poder, é evidência, é vida transformada, é manifestação do poder de Deus. Muitos creram no nome do Senhor Jesus por causa dos sinais que Ele fazia. Tem gente que não vai crer se não ver sinais e prodígios. Os sinais atraem o mundo a Cristo, atraem a vida das pessoas, são poder.

A Bíblia diz que Jesus percorria toda a Galileia, todas as cidades e povoados pregando e ensinando mas também curando, impondo as mãos nos enfermos, com evidência do poder de Deus. João Batista estava preso e a Bíblia diz que João manda seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele era aquele que estava por vir ou se deveriam esperar por outro. E Jesus responde: “Ide e anunciai a João: cegos vêem, coxos andam, surdos ouvem, leprosos são purificados, o Evangelho está sendo pregado. Bem aventurado aquele que não achar em mim motivo de tropeço” (Mateus 11). Jesus disse em outras palavras: “Vão lá e digam a João que há evidências do poder de Deus, da manifestação de Deus no que eu estou fazendo”.

Deus garante que testemunhará junto a você com sinais, prodígios e maravilhas do Espírito Santo. Tenha ousadia para curar enfermos por onde você passar. Pare de se concentrar nos resultados, se concentre na parte que lhe cabe de ser um despenseiro, cooperador, ministro, embaixador e é Deus quem vai operar os milagres, prodígios e maravilhas.

*Trechos da mensagem do dia 23 de julho de 2022, no JPN Brasil.

 

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