Salmos 128.1 a 4 diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos. Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor”.

As pessoas cantavam esse salmo quando iam, anualmente, a Jerusalém. No verso 4, fala sobre os filhos ao redor da mesa. Eu lembro do meu pai, um homem muito intenso que perdeu seu pai aos 9 anos. Ele costumava ter esse momento à mesa. Ao passar dos anos, comecei a entender o valor disto, dos pais encontrarem com os filhos à mesa; não só os pais, como também o marido e a mulher. Sei que a correria do dia tem sufocado esse princípio, mas é preciso tê-lo como prioridade.

O meu pai era tão firme que, mesmo que se houvéssemos terminado a refeição, a gente só saia da mesa quando ele permitia, e tínhamos que continuar alegres ao receber um não, e mesmo parecendo uma atitude militar, eu carrego isso para a vida. Sempre que estou sentado à mesa, se há alguém mais velho em torno dela, eu respeito e espero. Essa atmosfera do Salmos 128 vai fazer as pessoas se interessarem em permanecer na mesa.

Outra memória que quero trazer é que o café da manhã na minha casa era tomado às 6h da manhã. Lembro-me de que havia tanta reverência para esse momento, que a mesa era posta pela minha mãe na noite anterior. Não é só um alimento, é um momento de olhar nos olhos, conversar, participar.

Em Apocalipse 3.20, João escreve cartas ditadas por Jesus, e no verso 20 diz algo interessante: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Essa carta foi escrita para crentes. Onde se ceia? Numa mesa. Então, Jesus está dizendo que quer contato conosco. Numa esfera espiritual, vemos o princípio da mesa, na igreja celebramos a ceia do Senhor, tanto de forma vertical como horizontal. Na mesa, compartilhamos coisas da vida, percebemos ações, reações, o silêncio, palavras de paz, vamos nos conhecer no relacionamento enquanto estamos nela.

Estava aconselhando um garoto com problema familiar. Um dia ele passou por mim, percebi uma urgência, me veio uma inspiração e falei para ele: “A paciência que vem do Espírito Santo está dentro de você”. Naquele momento ele ia ter uma situação com seu pai, e depois disso ele me relatou que, pela primeira vez, após se encontrarem, não houve conflito. A gente sempre acha que estamos com a razão, a mesa traz o ambiente de aliança entre o casal e os filhos. 

Um dos momentos mais chocantes da minha vida foi quando eu estava em Recife (PE) e o pastor Humberto me chamou para ir ao Rhema no sistema prisional. Chegando lá, vi senhores e senhoras segurando umas sacolas, levando coisas para os seus filhos detentos, e pensei: o amor de pai nunca desiste! Deus nos colocou como pais e, como Davi diz, o que meditei de dia me aconselha de noite. Eu declaro para vocês, pais e mães, palavras que vão dar um senso de destino aos seus filhos, porque foram ditas por quem foi colocado como sacerdote.

Deus vai trazer uma influência não só nos pais, mas nos tios e tias. Meus tios declararam palavras para mim que ecoavam mesmo quando eu estava na faculdade. Deus vai lhe dar inspirações.

“E vós sois os que tendes permanecido comigo nas minhas provações. E eu vos destino o reino, como meu Pai me destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel” (Lucas 22.29-30).

O versículo mostra que Jesus estava conectando os discípulos à eternidade. Muitas vezes, intrusos estão entrando no momento da mesa, inimigos mesmo, o primeiro deles é a televisão. Eu declaro que você não vai ser mais passivo, sendo rápido no controle remoto. Outro inimigo da mesa é o silêncio, tem muita gente gulosa. Comer juntos tem que ter umas pausas para conversar, perguntar como foi o dia. Cresci com minha mãe dizendo que: o animal engole, o homem come e o civilizado saboreia! Então, saboreie um pouco mais, quando estiver sentado com alguém para usufruir disso. Não é somente o comer, mas nutrir o ato de comer.

Ambientes que curam

Nem sempre estar junto significa estar unido, tem gente que mora na mesma casa, mas a casa funciona como um hotel. É o pai e a mãe que faz o ambiente da casa, e que vai afetar as pessoas com amor cuidado e zelo, os edificando. Declaro que a gente, ao levantar da mesa, terá o senso de pertencimento maior do que antes de sentar. Eu declaro que vamos ter casas tão afetadas pelo espírito de unidade que as pessoas quando chegar vão dizer: “Que lugar é esse?”. Lembro-me que, em 1997, um garoto foi à minha casa pegar um livro emprestado, lá havia três salas e numa delas tinha um piano. E ele perguntou que lugar era aquele, pois estava percebendo algo diferente. Então, eu disse que aquele era é o lugar em que nós oramos muito. No outro dia, na universidade, ele disse que estava com uma íngua inflamada e depois que saiu da minha casa, aquilo desapareceu.

O apóstolo Bud Wright me disse certa vez: “Ô, Maneco! Vá, amanhã, tomar café na minha casa”. Ele marcou às 7h e eu cheguei 7h10. Ele me corrigiu e tomamos o café. A mesa é fonte e lugar de comunhão. Eu lembro de que a gente tomava o café e ele começava a falar e se tornava um lugar onde o céu se abria, porque se tornava um lugar de transmissão divina. A instrução do Senhor deve estar na boca dos pais e das mães para os filhos, isso vai construir o futuro deles.

Existe uma medida do espírito de profecia que você vai usar para edificar e exortar, advertir, no contexto da mesa, cada um de vocês, pai e mãe, vai perceber isso aumentado. Não se surpreenda se você vier a falar pelos dons do Espírito. Algumas vezes, pais e mães vão perceber e vão se antecipar para fechar armadilhas na vida dos seus filhos, e um Espírito de temor virá sobre eles.

Eu declaro que você vai experimentar uma graça no ambiente familiar e isso vai acontecer no ambiente da mesa. 

Isaias 61 diz: “O espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos”. 

Há uma unção que quebra a angústia no ambiente familiar. Vindo um inimigo a caminho, por sete ele fugirá!



1 Comentário

  • Meu Deus que lindo!! Que reflexao, aprendizado, que testemunho famíliar abençoado, que essas palavras alcancem muitas pessoas e que seu ambiente familiar continue sendo fortalecido no senhor em amor e paz…

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