A internet se tornou uma ferramenta surpreendente de propagação do evangelho nas mãos daqueles que aprenderam como bem a utilizar. São diversas vantagens, de modo que se tornou bem fácil revelar Cristo ao mundo – nem precisamos sair de casa (falaremos adiante). Armamos nossos púlpitos virtuais a qualquer hora do dia e ministramos sermões a públicos que, muitas vezes, chegam a ser incontáveis.
Porém, não quero me dedicar a listar os benefícios, como disse, são diversos, e os reconheço todos. Nossa reflexão diz respeito ao outro lado da moeda. Um aspecto cristão que se torna desprezado se nos conformamos tanto com a confortabilidade e praticidade destes meios. Tem sido bem cômodo virtualmente apascentar, evangelizar; corrigir e, educar então, nem se fala! Mas é ai que mora o perigo.
O problema é quando estas ferramentas substituem o que podemos chamar de “cristianismo a moda antiga”. De modo que, nada mais nos tira do conforto de nossos lares, e caimos no engano de pensar que o pouco que estamos fazendo por trás de uma tela é mais suficiente que o melhor que podemos fazer.
“A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. (Tiago 1:27).
* Visitar (em grego, episkeptomai) = 1. Cuidar ou preocupar-se, inspecionar, examinar com os olhos; 1 a) a fim de ver como ele está, i.e. visitar, ir ver alguém
Será que o nosso Cristianismo não foi tristemente reduzido a frases de efeito nas redes sociais?
E aqui entra nossa reflexão e autoavaliação. Quando foi sua última visita a alguém necessitado? E o evangelismo “olho no olho”, se recorda? Quando alguém se encontra enfermo, passar uma mensagem via “zap, zap” é suficiente?
É possível que a igreja tenha saído das quatro paredes e ficado presa às telas dos smartphones.
Graças a Deus por Jesus, nosso modelo, a Bíblia diz que o povo o reconhecia como poderoso em obras e em palavras (Lc 24:19). Penso que na frieza com que o mundo vem se conduzindo o que se espera dos que se denominam seguidores de Cristo seja algo diferente/incomum.
Experimente fazer o que já não se faz. Existem situações que letras na tela de um computador não serão suficientes. Não quero impor um fardo, ou desprezar o uso dessas ferramentas, porém, devemos fazer estas coisas, sem omitir aquelas.
É possível sair do conforto dos nossos lares, da praticidade de nossas telas e manifestar Cristo através de um sorriso, um abraço, um olhar carinhoso; demonstrações de zelo e cuidado que palavras não são capazes de transmitir. Nosso Cristianismo pode ser melhor – pode ser tão real quanto se diz ser virtualmente.